sábado, 27 de agosto de 2011

Viagens na Rede Cristalina em Agosto...

Durante o mês de Julho e meados de Agosto, fizémos no grupo de partilha da Rede Cristalina mais uma Experiência Sózinho em Casa. Trata-se de uma experiência para sentir multidimensionalmente s enrgias, a consciência associada a este ou aquele local. Os resultados publicam-se na íntegra no blog privado para os alunos.


Desta vez foi sobre o Buda de Leshan, uma estátua gigante do Buda esculpida na rocha vermelha junto ao rio na China. A minha segunda visita a esse local foi muito interessante e parece-me apropriado partilhá-la com todos.

imagem retirada daqui

« Respiro fundo e do mundo da superfície, passo para outra frequência. Aí encontro uma entidade: o mecenas da construção da estátua.

Começa logo por contar como financiou a construção, não por devoção, não por fim espiritual aparente, mas com consciente vontade de afirmação do seu poder local e regional. Foi tudo calculado ao ínfimo pormenor para ser obra grandiosa. Está outra vez aqui comigo, agora que escrevo estas palavras, e conta como fez de tudo para ser um grande senhor desde lutas políticas, perseguições e morte sempre que necessário - às claras ou à socapa. Conseguiu sempre o que queria: mulheres, prazer, comida, jóias, dinheiro. Nem sempre de um modo transparente, mas que diferença isso fazia? «Está bem, queria com esta obra comprar uma certa redenção, embora estivesse totalmente consciente que não a merecia, mas a vida além não me preocupava, não ía nessas crendices de incensos e promessas, de jejuns e abstinências, nunca me neguei nada, nunca me arrependi de nada».

Quando morreu, ao fim de algum tempo acabou por vir para este local. Observava como deste lado do véu tudo se organizava. Aqueles que eram como ele, vinham agora para ali à espreita desses crentes ignorantes que pensavam ser possível comprar a iluminação e o nirvana, tal como ele fizera em vida. Ficavam com a sua energia e sentiam-se maiores e poderosos, os verdadeiros Budas que influenciavam os pensamentos e os espíritos desses humanos que ali vinham depositar o seu próprio poder, as suas fraquezas. Eram escuros e densos, por vezes formas densas e grotescas. Por muito tempo sentiu que por ali havia algo mais, mas que ele não conseguia descortinar. Os anos, os séculos passaram e começou a questionar-se observando a vacuidade da vida, começando a ver passar outros que seguiam por outro caminho, e esse algo mais a tornar-se mais forte, embora ainda não perceptível.

Então, começou a ver as outras entidades que também sempre estavam junto ao Buda. Eram diferentes. Irradiavam algo diferente. A primeira vez que os “viu” claramente lutavam com aqueles com quem ele costumava estar, pois estes queriam invadir o seu espaço e mandá-los embora. O modo majestoso como mantiveram o seu “espaço”, a sua luz, surpreendeu-o, embora se tivesse mantido do lado dos “seus” e lutado com os meios que aprendera a utilizar deste lado do véu. Irritava-o, revoltava-o num primeiro momento, que esse “poder” estivesse a ser partilhado. Depois veio a tristeza e um certo desespero por sentir que não conseguiria chegar ao nível desses Seres, pois estava bem consciente dos seus actos, enquanto em corpo físico, como agora. Mas esse distanciamento do drama dos outros que sempre experimentara nas suas existências, conduziram-no para esse questionar interno, para avaliar as energias, o significado. Pela primeira vez, verdadeiramente reflectiu sobre a vida de Sidharta Gautama, sobre a sua mensagem, sobre o seu exemplo. Reflectiu sobre os diferentes estados de consciência, sobre as diferentes vibrações de energia. O chamado profundo do Anjo da Terra, a subtileza dos devas, o sublime do nascer do sol e do sol pôr ou do ciclo das estações da natureza, da vida… Reflectiu sobre a sua vida terrena, pela primeira vez concluiu que talvez pudesse ter sido diferente, mas mais importante ainda verificou que toda essa introspecção, essa aceitação do momento, transfigurava esse passado e lhe começava a dar uma paz que ele nunca antes experimentara. Aí começou a ver a beleza desses irmãos que vinham junto do Buda honrar as suas lições, aspirar à sua própria transcendência dos limites da carne, comungar das dádivas da natureza, das colheitas, da vida – esses que vinham de coração aberto. Viu como deste lado seres magníficos os inspiravam e instigavam a não desistir, a confiarem, em tal compaixão que era bálsamo de cura. Viu que o mais extraordinário era esses Seres, esses anjos, serem esses humanos ali diante deles num outro estado de consciência. Viu como era distinto todo este cenário, daquele dos homens que vinham em busca de contrapartidas, dispostos a vender o corpo e a alma, com dúvidas, com medos…

«Então compreendes que tudo foi uma experiência de despertar para mim. Aos teus leitores que deixam a mente interrogá-los de como fala assim um homem do século VIII, digo que os termos são actuais pois falo directamente ao teu coração e à tua consciência: hoje os escreves deste modo, no século passado os escreverias de modo distinto.

Sim, alcança-se aquele ponto de aceitação e de compaixão que vai para lá do tempo e espaço, passa as dimensões e as existências. Sente-se o quadro maior em que tudo tem o seu significado no cômputo das experiências. De como aquele homem bruto que eu fui sentiu que devia construir uma estátua gigante e inigualável para perdurar pelas eternidades o meu nome que já ninguém recorda hoje, mas que assim deixou legado de respirar de consciência.

 Hoje tu vês comigo a beleza dessa criação que sem eu o saber permitiu que eu fizesse este despertar. Ainda não fiz essa “ascensão” final. Tenho aguardado, tenho velado pelo momento certo. Sabes como eu sei, que o farei depois de divulgadas estas palavras – esta onda de consciência – pois o momento chegou, o anjo magnífico que Eu Sou e que ergueu em conjunto com os Irmãos este ponto de Luz está pronto para se render a si mesmo, reunificar todos os aspectos, mesmo os que na fisicalidade estão, e ir mais Além. Aqui sempre estarei, aqui jamais voltarei.

Hoje tu vês comigo a beleza dessas sincronicidades – (ri-se, que aqui não há acasos) – que te levaram a encontrar o Buda de Leshan para esta partilha dentro da Rede Cristalina.
Sentes também como é um momento significativo para esta região do vasto país da China, hoje que é dia de lua cheia de Agosto, dia de peregrinação no fim-de-semana da Senhora da Assunção/da Ascensão, vulgo das MaRiAh’s, ainda no Ramadão, dia do Buda Amitabha (14), dia dos festejos de Krishna (16), dia de chuva de meteoritos, de explosões solares, de estudos avançados na consciência de Aliyah (um sorriso).

Convosco só posso partilhar a minha experiência de ser que descobriu a sua multidimensionalidade, a sua grandiosidade e a relatividade aparente da existência humana. Quero com isto dizer, para não levarem tudo tão a sério, para não se julgarem e recriminarem, pois o Anjo que sois está sempre diante de vós em pura compaixão. Não são precisos séculos de solidão, ou milhares de existências para despertar. Isso já o fizestes. Aproveitai agora para viver tudo aquilo que sonhastes e ansiastes.

Fiquem em paz. Eu honro-vos profundamente.»

Outrora o Mecenas do Buda de Leshan, hoje um irmão ao serviço.
Através de Patrícia Almeida, 13 Agosto 2011

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