quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Agosto - Reflexão do Mês: Abrandar e o dom da Alma

Agosto
    Mês do Abrandamento
    Além do drama
    O dom da Alma


 Como passaste o mês de Julho? Com audácia? Confrontado/a com a tua falta de audácia? Ah Julho… foi sem dúvida um mês interessante… tanto a acontecer… Viram esta foto da Terra tirada perto dos anéis de Saturno :-) e como somos um pequeno e belo planeta na imensidão da galáxia? Adamus chegou com  o  super-mehrab e  quem se deu ao trabalho de  ver,  ler, 
2013.07.20 - NASA – Terra vista de Saturno pela sonda Cassini (a Terra é um pontinho claro do lado esquerdo…; 
cartoon de Rita Correa ilustradora

escutar, sentir, sabe que moveu montanhas interiores e trouxe o magnífico conceito: assume que o que se passa é para a tua iluminação[1]. Energia para dar e vender. Claro que a energia tem as suas dinâmicas e isso é algo que ainda faz muita confusão às pessoas e agora estou a falar daquelas que andam por estas leituras. Já veremos, mas antes mencionemos em referência ao cartoon acima e a um desvario natural que perpassa a consciência de massas por estes dias: enquanto os ingleses clamam ”é um rapaz”, os brasileiros “é o Papa”, os portugueses exclamam “é o circo”… é como se aquela onda de calor do início do mês torrasse o cérebro às aranhas dos políticos e gerasse um acesso de loucura extraordinário ;) que por cá quase deitou por terra os últimos anos de “bom comportamento” na austeridade aos olhos internacionais e fizessem de uma crise económico-financeira uma crise política… lá se arranjou tudo para ficar tudo mais ou menos na mesma, tirando o significado e honra a demissões irrevogáveis que voltam ao governo com posições nunca antes existentes de vice-primeiro ministro…
Entretanto houve ao nível planetário alinhamentos trinos que culminaram no dia 29 com o raro alinhamento em estrela de seis pontas que nos banhou de uma energia deveras extraordinária de plenitude, um belo impulso para quem se abriu à experiência da integração da iluminação.
  

Então e Agosto? Começou a full speed, não? Incêndios, acidentes ferroviários e rodoviários, milhares de tremores de terra lá para a Nova Zelândia, um influxo de emigrantes vindos do Norte de África, convulsões exacerbadas no Médio Oriente e norte de África, seca extrema numas regiões, chuvas torrenciais e inundações noutras… e ainda estamos só no princípio. Agosto será movimentado no mundo dos fenómenos e acontecimentos, disso não há dúvida. E teremos a chuva de meteoritos das Perseides em meados do mês coincidindo como sempre com as aberturas energéticas a frequências mais elevadas. Mas…

Neste mês de férias para a maioria das pessoas, falar de abrandamento no meio de tanta movimentação até parece algo natural. O calor, as diferenças no trânsito, o aumento de turistas estrangeiros, a chegada dos emigrantes, o teor ligeiro da programação televisiva lembram que este é um mês diferente. Por isso aproveitemos para sair das rotinas e, se ainda é o caso, sair do ritmo acelerado das vida quotidiana, fazer um abrandamento e escutar, escutar a beleza da calma, do relaxamento, das mil e umas melodias que estão aí sempre disponíveis para quem se dispõe a escutar… sair do drama…

O drama é algo viciante. Ter confusão na nossa vida, ter de estar sempre a resolver coisas, a “apagar fogos”, a ultrapassar bloqueios, a lutar e conquistar posição, status, dinheiro, saúde, a necessidade de agir e reagir, de viver pelas circunstâncias é um modo de vida aceite na consciência de massas. Vive-se no automático, faz-se o que sempre se fez, como os outros fazem. Não tem nada a ver com escolhas conscientes.
O drama é muitas vezes uma necessidade: a pessoa precisa de agitação e confusão para se sentir viva (mesmo que o negue veementemente), na base precisa de energia e essa é uma forma muito fácil de arranjar temporariamente alimento… uma discussão familiar, o desfiar das tragédias pessoais a todas as pessoas que se encontram na rua, etc, etc. Muitos até começam por entrar nesta de mudar de vida e de pacificar, mas em certo momento têm saudades de uma agitaçãozinha e lá estão a atrair e a criar situações de desequilíbrio na vidinha para depois se poderem lamuriar e até desistir com boa desculpa de nada estar a funcionar nestas coisas das energias. Acidentes, roubos, conflitos laborais, multas inesperadas, avarias constantes, incapacidade de estabilizar a saúde são manifestações que, na maioria dos casos, se podem associar a esta energia de drama. Muitos têm programações tão enraizadas que nem sabem que estão a viver da energia de drama e, quando tomam consciência, reparam que é demorado e complexo conseguirem libertar-se do nó após nó da sua vida. Note-se que há factores de insegurança, medo, dúvida, traumas que tornam o enredo mais elaborado… muito vírus de consciência.

Há já muitos anos atrás o Mestre Ascenso Tobias[1] sugeria que para isso se fizesse uma escolha consciente de deixar o drama e quando identificássemos uma situação de drama nos colocássemos simbolicamente atrás do murete apenas como observadores do teatro, em vez de participantes activos a reagir e a cair dentro do caldeirão que suga energia e força vital. Muitos reagem logo a esta sugestão. “Então, se me estão a atacar, não respondo? Se estou a ver situação injusta fico impávido e sereno? Se tudo corre mal, finjo que não é nada comigo?...” E já estão a auto-oferecer-se a resposta. Claro que a sugestão não é de perpetuar o abuso mas de deixar passar a primeira vaga, respirar fundo e observar, sentir as alternativas que ofereçam uma solução criativa que, de facto, gere solução e não o espiralar da confusão.

A minha primeira experiência bem sucedida de abrandamento consciente foi pelo yoga e aqui quero parar e prestar tributo à minha professora de yoga, Marlene Ashworth, já do outro lado do véu, pois apesar de outras professoras terem passado pela minha vida ainda é a ela que eu ouço quando faço os meus alongamentos, as minhas posturas. Eu comecei a fazer yoga no longínquo ano de 1999 por prescrição médica devido a questões respiratórias e o dojo da Marlene ficava perto do meu trabalho da altura. Para mim, foi o melhor remédio que me podiam ter receitado: com mais capacidade da caixa torácica e flexibilidade do esqueleto, descobri músculos que nem sabia que tinha, renovei a postura da coluna, melhorei das muitas afecções e infecções que me assolavam diariamente, todas as “ites” das vias respiratórias (amigdalite, laringite, faringite) a par de muitas alergias e afins. O meu corpo começou a sentir uma respiração renovada, um carinho e respeito que talvez nunca tivesse existido antes e a minha alma disse “Está na hora de Despertar!”. Foi assim que o meu real despertar começou como sempre conto aos alunos – ali na rua da Restauração ;) a restaurar o meu velho eu até que o novo nascesse -, embora hoje e numa perspectiva mais ampla consigo sentir que tudo se alinhou desde o meu nascimento para este despertar do Eu Sou. As horas das aulas de yoga eram preciosas para mim numa fase em que o ambiente de trabalho era uma real tragicomédia, nada parecia funcionar na minha vida. Nas aulas gostava de chegar sempre antes para desligar do exterior e relaxar o corpo, pois as múltiplas contracções musculares a que tinha propensão com tanto stress assim o obrigavam para que depois conseguisse usufruir algo da aula em si. A Marlene sempre teve uma visão muito pessoal do yoga, nada dogmática, muito atenta às condicionantes físicas aparentes de todos e eu conseguia sentir-me bem a fazer menos que qualquer uma das senhoras de 60 ou 70 ou 80 anos que frequentavam o dojo ;). A grande dádiva e a razão de toda esta abordagem tem a ver com esse meu primeiro abrandamento eficaz, de parar e alinhar corpo e mente para sair do torvelinho da vida quotidiana, ver o mundo de outro modo. Foi aí que eu me abri a terapias alternativas e foi aí que comecei com os meus cursos e actividades até ao momento em que a explosão de sensibilidade que eu vivia em certa altura me levou a escolher assumir a responsabilidade de ter o meu próprio espaço. Não significa isto que estou a aconselhar o yoga, estou a partilhar a história do meu abrandamento.
Respirar ganhou novo significado para mim. Não era apenas o corpo a respirar além do automático. Era sentir o corpo a respirar e como há diferentes níveis de respiração, como a respiração permite o corpo alongar e mover-se de modo desconhecido para mim, como permite alcançar um ponto de equilíbrio no silenciar da mente e no trazer clareza e uma perspectiva distinta.

Abrandamento. Muitos conseguem fazê-lo a andar, a correr, a nadar, a cozinhar, a pintar, a fazer trabalhos manuais. Algo que os tira da mente e permite observar as diversas situações com novos olhos. Aí eu pessoalmente acresceria sempre uns instantes finais de paragem física, concentração na respiração e relaxamento de todo o corpo, de fazer um “scanner” geral e libertar qualquer “resíduo”, tensão que ainda pudesse haver e então escutar essa voz interior, esse sentir da Alma… alcançar essa possível simbiose de corpo, mente e espírito…

É disso que se trata nesta divagação sobre abrandamento.

Claro que, com o tempo, a pessoa consegue interiorizar-se tanto a andar, a correr, a nadar, etc e tal como deitada no chão da sala ou no sofá a respirar e tira disso muitos mais benefícios. Cada um sentirá por si como consegue o abrandamento. E abrandamento será sempre não estar a pensar no rol de tarefas domésticas a desempenhar, no trabalho, no que aquela disse, no que deu no telejornal, na fofoquice do dia… Por isso actividade física ajuda a começar. Para muitos meditar e usar mantras ajuda e é benéfico, mas com o risco de cair no hábito noutra actividade mental e não puramente de ponto de presença e consciência.

E sim: uma respiração consciente basta para fazer esse abrandamento, essa interiorização!

O abrandamento é o ponto de calmaria que permite sentir os potenciais e então fazer escolhas, que permite sentir os aspectos e o ponto de permissão para fazer a integração…

O abrandamento é o chamamento da Alma para parar e escutar toda uma nova melodia.

O abrandamento é o murete que permite sair do drama, redimensionar problemas e ilusão de problemas, relembrar o ponto de compaixão e sair do jogo. Ás vezes as pessoas vêm às minhas sessões e começam a expor a longa lista dos “desequilíbrios” da sua vida e espantam-se, alguns revoltam-se, com a minha falta de empatia. Que serviço real eu lhes estaria a prestar ao colocar-me em sintonia com vitimização e jogos de toda a espécie? Como poderia oferecer algo diferente se estivesse imersa no problema?... Compaixão… Ás vezes as pessoas têm questões na sua vida que são puros chamamentos da Alma para pararem e reverem a sua posição, a sua vida… Doenças… Despedimento no trabalho… Perdas…

Parar.
Aceitar.
Confiar.
Amar.

A chave para o fim do turbilhão está disponível em qualquer lugar e em qualquer momento, basta parar e escolher. E citando-me - e a muitos outros - pela enésima vez: se eu não fizer a escolha, se eu não der o primeiro passo, como é que aquilo que caracteriza o caminho se vai modificar? Esperar pelo alinhamento astrológico que vai trazer a mudança? Como é que vais alcançar o quantum de potencial que traz o alinhamento, o terapeuta, a canalização, o workshop, etc e tal se ficares sentado à espera? Tudo isso está disponível já e a quantidade de alinhamentos dos últimos anos já dava para estar tudo no clube dos mestres ascensos a trocar histórias de iluminação… Esperar pelo Messias, pelo Buda do futuro?... cuidado com as varizes. Noutra versão: se eu estou farta da canção sempre com a mesma letra do coitadinho e da desgraça no fado, mas o que eu faço é substituir por uma música hip hop/rock/rap/folk que só se reclama disto e daquilo, é o virar o disco e tocar o mesmo com outra sonoridade… Entendes o quero dizer? O passo não é tapar o sol com a peneira para ter outro tom, o passo é fazer uma escolha consciente o que implica sempre autorizar alterações, vulgo MUDAR!!!
Jesus! ;)
Mudar!
Mudar!
Mudar!
A palavra que a maioria não gosta de escutar.
Sê verdadeira/o contigo mesma/o e reconhece que se queres mesmo uma vida diferente não podes continuar a ser como eras antes, não podes usar as mesmas desculpinhas de antes, não podes viver os dramas de antes… isso implica mudança interior que se vai reflectir necessariamente em mudança exterior (nunca o contrário). 
Sê verdadeira/o contigo mesma/o e reconhece se queres apenas sentir-te melhor (é válido) ou se queres o equilíbrio/cura do que se passa na tua vida. Se queres o equilíbrio, a ascensão, a iluminação, tens de sair dessa percepção limitada e condicionada que tens de ti e da tua realidade. Já fizeste muito? Persevera e continua. O que estás a fazer não funciona? Que partes de ti estás a renegar, a colorir com histórias, a usar como desculpas, a recusar aceitar e amar?
Como é que escolher o amor, como é que escolher a paz e calma, como é que escolher essa compreensão e percepção de quem realmente somos pode vir a ser danosa para a nossa vida??????
Como é que viver em real liberdade de ser e escolher, em estado de graça, pode ser aborrecido e fazer o drama preferível?

Mais fácil?
Muita ilusão e matriz de controlo?
Muito medo de pecar e arder no inferno eterno? (não rias, que há muitos que sofrem horrores com medo da heresia de amar-se, ser mestre, considerar que todos são Deus também)
Muito vírus de consciência com sentir de impotência, limitação, falta de imaginação para soluções criativas?
Pois é.
No fundo tem sempre tudo a ver com amar,  com amarmo-nos.
Tem a ver com autorizarmo-nos a não ser “egoístas” no sentido estrito do termo, mas a escolher o que é bom para nós, a viver o sonho da Alma, a aceitar quem realmente somos e a fonte infinita de potenciais que isso nos oferece, a satisfação e profunda realização espiritual, “emocional”/afectiva, profissional, que tal possibilita.

Assim, o meu convite para Agosto é que te autorizes, que te permitas sentir o dom da Alma, aproveitando o abrandamento geral, escolhendo a renovação e clarificação, vivendo a calmaria interior, deixando a Alma vir sentir este mundo, esta realidade através de ti a tal ponto que transforme tão amorosamente o teu ser que deixe de haver separação, ilusão de separação entre ti e ela… Deixa-te sentir o sopro do verdadeiro amor, da compaixão, da paz e da graça de Ser. Deixa-te imbuir dessa respiração que faz essa mudança temida ser algo natural e suave em vez de convulsão e caos…

Pára e sente o que há para além do drama.
Pára e recebe o dom da Alma.
Pura consciência e recursos infinitos de energia para, nesse ponto de fusão, tu usares nas tuas escolhas e nas tuas criações.

Esse abrandamento que permite aquele sentir que “tudo vai bem na Criação” e o “eu assumo que é para a minha iluminação”[2].

Se tens seguido as reflexões e posts, já reparaste que agora já não é só do Despertar que se fala, não é só da Mestria, é da Iluminação, de incorporar o Eu Divino, o Eu Sou nesta vida, nesta realidade. Integração de todas as partes do Ser. Eu Sou. Livre. Sem explicação. Existo. Leve.
Livre e leve das cargas, das bagagens, dos dogmas, das crenças, das programações, das matrix, da história e das estórias, das pendências e dependências, dos dramas, dos abusadores e das vitimizações, …
Ser o Eu Sou, soberano, consciente, criador e criativo, pacificado e em graça…

Respira comigo agora, bem fundo, e vivamos nesse abrandamento onde é possível saborear a total beleza e liberdade de viver e ser um humano divino encarnado na Terra.

Autoriza-te a sentir como em cada respiração um sol radioso emerge dentro de ti, no teu ventre, no teu coração, na tua coroa, como irradia para todo o teu Corpo de Consciência… deixa-te ir… bem fundo… e sente como pareces crescer, como pareces expandir os teus limites de matéria, de espaço… a grandeza de ser em ti… abraçando toda a tua existência, bem fundo dentro de ti…


Eu Sou
Patrícia / Aurea
Ao teu serviço na Estrela da Vida Estrela da Aurora

2013.08.06


Podes divulgar este texto desde que mantenhas a referência ao autor © Patrícia Almeida, ao blog e site estreladavida.estreladaaurora.blogspot.com e  www.osilenciodamontanha.com  2013



[1] Tobias do Círculo Carmesim apresentou inúmeras mensagens canalizadas entre 1999 e 2009 através de Geoffrey e Linda Hoppe. Foi o primeiro mestre ascenso a voltar a encarnar na Terra naquele que é conhecido como Sam (ver o update sobre o Sam disponibilizado no dia 24 de Julho de 2013). www.crimsoncircle.com
[2] Shoud de Julho de 2013. www.crimsoncircle.com